terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"O presente é a chave do passado"

Introdução

A Terra é um planeta que se mantém em constante mudança e a sua interpretação foi-se alterando ao longo dos tempos.


Entre os séculos XII e XVII a Humanidade idealizou que o Homem e a Terra teriam a mesma idade, dado que todos os acontecimentos relevantes, por serem recentes, se encontravam registados na Bíblia.
Entre os séculos XVIII e XIX surgiram várias teorias, sendo que as primeiras explicações geológicas eram fixistas, atribuindo as mudanças à existência da vontade do Criador, sendo a mais importante, o dilúvio, o que explicaria a presença de fósseis de animais marinhos em regiões continentais. Nesta linha de pensamento surge o catastrofismo, tal como o seu nome indica, explicava a ausência de um determinado fóssil nos estratos de uma série pela ocorrência de uma catástrofe (inundação, queda de meteoritos ou vulcões) que eliminava os seres vivos que aí viviam. A modificação das espécies fossilíferas numa sequência sedimentar era explicada pela ocorrência de catástrofes seguidas de um repovoamento de espécies vindas de regiões diferentes, ou então, originadas pelo Criador.Entre os catastrofistas,destacou-se George Cuvier, o qual teve o mérito de basear a sua interpretação em factos observados na Natureza, através da análise de dados paleontológicos, construíndo uma escala de tempo geológico baseando-se em episódios de extinção.
No final do século XVIII, James Hutton verificou que as mudanças que ele presenciava eram repetições de fenómenos que haviam ocorrido em tempos anteriores, afirmando que os processos geológicos do passado podiam ser explicados através dos processos geológicos actuais, enunciando-se o uniformitarismo. Hutton reconheceu que a Terra, como planeta antigo que era devia o seu aspecto a um somatório de pequenos, lentos e repetitivos fenómenos naturais cujos os efeitos se fariam notar ao longo de um periodo de tempo muito prolongado. Era o início da reavaliação do tempo geológico,a qual se prolongaria por todo o século XIX.
A partir do momento em que se estabaleceu a actual noção de tempo geológico, gerou-se uma conciliação entre ideias uniformitaristas e catastrofistas assumindo-se que a Terra, para além de se ir alterando através de processos lentos (praticamente imperceptíveis aos olhos do Homem), também tem sido afectada por ocorrências catastróficas sofrendo alterações profundas a nível global. Esta nova linha de pensamento designa-se por neocatastrofismo e é aquela que é actualmente aceite, a nível geológico.
No século XIX, Charles Lyell fundou, o que viria a ser considerado a base do raciocínio geológico, o Actualismo. A sua metodologia baseava-se no princípio das causas actuais, o qual é ainda hoje utilizado em Geologia. Esta teoria caracterizava-se pela uniformidade temporal dos processos geológicos, em que se pressupunha que o estudo dos fenómenos que ocorrem hoje são suficientes para explicar o passado da Terra, dado que as transformações do nosso planeta para além de serem muito semelhantes às actuais, também teriam ocorrido sempre com a mesma intensidade.

O mobilismo geológico

Durante o século XIX, alguns cientistas defendiam que, em tempos indos a Terra era um único continente (Pangeia) que flutuava no único oceano existente (Pantalassa) e, que mais tarde se fragmentou assumindo as posições que são hoje conhecidas.
Alfred Wegener foi um destes cientistas e em 1912 enunciou a Teoria da Deriva dos Continentes, a qual, mais tarde (década de 60), viria a servir de base à Teoria da Tectónica das Placas. Segundo Wegener, as massas continentais tinham uma baixa densidade e flutuavam sobre as densas massas oceânicas, movimentando-se e alterando a superficíe do planeta. Para apoiar a sua teoria Wegener baseou-se em vários tipos de argumentos, nomeadamente: argumentos morfológicos(demonstrando que a forma dos continentes africano e sul-africano encaixavam na perfeição), geológicos(apresentou semelhanças a nível litológico e estrutural entre os continentes africano e sul-africano, justificando que a presença de rochas com a mesma idade e as mesmas deformações provava que se tinham formado ao mesmo tempo e nas mesmas condições, o que só poderia ter sido possível se os continentes estivessem juntos), paleoclimático, paleogeográfico e paleontológicos(a presença do mesmo tipo de fósseis no continente africano e sul-africano justificava a deriva dos continentes, dado que os seres vivos que tinham originado esses fósseis deveriam ter vivido em conjunto sendo a separação dos continentes a justificação para o seu distânciamento).
A Teoria da Tectónica das Placas, implementada em meados do século XX, explica a origem da força que provocava a flutuação dos continentes sobre os oceanos baseando a sua interpretação dos fenómenos na dinâmica interna terrestre, relacionando-a com a origem e distribuição dos fenómenos sísmicos e vulcânicos.
Segundo esta teoria, a camada superficial da terra - a litosfera - é constituida por materiais mais rígidos do que a camada que lhe segue - astenosfera - que apresenta uma constituição plástica a qual, em intervalos de longos espaços de tempo, se comporta como um fluído. As diferenças de temperatura da astenosfera provocam os movimentos que originam a deslocação das placas tectónicas .


Placas Tectónicas e seus movimentos

O movimento das placas tectónicas pode desencadear uma forte actividade sísmica, originando
cadeias montanhosas, a movimentação dos continentes e a expansão dos fundos oceânicos.
As placas movem-se, umas em relação às outras, de três maneiras diferentes originando placas divergentes (afastam-se, por divergência, umas contra as outras), placas convergentes (afastam-se, por convergência, em direcções opostas) e falhas transformantes (em que as placas deslizam uma ao longo da outra), podem possuir crosta oceânica e crosta continental (como é o caso da placa africana ) ou unicamente abranger a crosta oceânica (como na placa do pacífico) e possuem zonas de união entre elas que se denominam por limites.
Os limites existentes entre as placas podem ser de três tipos: limites divergentes, limites convergentes e limites conservativos.
Nos limites divergentes dá-se o afastamento das placas tectónicas, como por exemplo, acontece no rifte do oceano Atlântico. Ao longo da fissura provocada pelas forças divergentes, dá-se a ascensão do magma basáltico originário do manto, que, ao atingir a superfície terrestre, arrefece e solidifica dando origem a uma nova litosfera. Este tipo de limite permite explicar a expansão dos fundos oceânicos associada ao vulcanísmo fissural,típico das dorsais médio-oceânicas, nas zonas de rifte.
Nos limites convergentes dá-se a convergência entre placas que ao colidirem, obriga a placa oceânica (mais densa) a mergulhar em profundidade (subdução) enquanto que a placa continental (por ser menos densa) flutua originando cadeias montanhosas (Andes). Se as duas placas que colidem forem ambas oceânicas, formam-se ilhas de origem vulcânica(ilhas Aleutas). Se as duas placas que colidirem forem ambas continentais, formam-se cadeias montanhosas que podem estar associadas a fenómenos vulcânicos (Himalaias, Alpes, Pirinéus). Este tipo de limite está associado a grandes sísmos, fenómenos de origem vulcânica, metamorfismo e deformação de rochas permitindo explicar a formação de ilhas e cadeias montanhosas, como por exemplo, sucedeu nas ilhas do Japão ou nos Himalaias.
Nos limites conservativos ocorre um deslizamento lateral de uma placa em relação à outra sem que haja destruição ou criação da litosfera. Este tipo de limite ocorre em falhas transformantes que cortam transversalmente as dorsais oceânicas, como acontece na falha de Santo André ou na falha Acores-Gibraltar.

"O presente é a chave do passado"

PLANO DE TRABALHO

Introdução

Breve comentário à dinâmica da Terra demonstrando que a mesma se encontra em constante mudança


Objectivos

Enunciar os princípios básicos do raciocínio geológico e como os mesmos foram reformulados ao longo do tempo
Como se desenvolveram várias teorias
Quais as teorias que serviram de base para o desenvolvimento e compreensão da geologia na actualidade
Demonstrar como a percepção a nível do tempo geológico e da mobilidade da superfície terrestre foi evoluindo, através da análise e reformulação de teorias baseadas na Natureza

Desenvolvimento

Princípios básicos do raciocínio geológico e sua evolução ao longo do tempo
Breve introdução aos conceitos: - catastrofismo - uiformitarismo - neocatrastofismo - actualismo geológico
Mobilismo geológico: - argumentos da deriva dos continentes - litosfera - astenosfera
As placas tectónicas e seus movimentos: - placas divergentes - placas convergentes - falhas transformantes
Limites entre placas: - limites destrutivos - limites construtivos - limites conservantes





Teorias

Catastrofismo - corrente de pensamento que defendia que as alterações que ocorriam no nosso planeta se deviam à ocorrência de grandes catástrofes naturais (dilúvio ), as quais, para além de provocarem a extinção da fauna e da flora existente, também explicariam a existência de fósseis de animais marinhos em zonas continentais. A estes períodos de extinção seguir-se-iam períodos de estabilidade em que uma nova flora e fauna voltariam a ocupar a superfície terrestre, originando uma nova era. O seu principal defensor foi Georges Cuvier (século XVIII )

Uniformitarismo - teoria que defendia que as causas das alterações geológicas actuais eram as mesmas que tinham originado fenómenos geológicos no passado (principio do actualismo ), uma vez que as leis naturais eram constantes no espaço e no tempo e a maior parte das mudanças geológicas eram lentas e graduais ( principio do gradualismo ). O uniformitarismo foi enunciado por James Hutton ( século XVIII ) e a sua metodologia - o princípio das causas actuais - para além de fazer parte da base do Actualismo é ainda hoje utilizado em Geologia.

Neocatastrofismo - corrente de pensamento em que existe uma mistura de ideias catastrofistas com ideias uniformitaristas, através da qual se pretendia explicar que a evolução do planeta Terra se devia não só à ocorrência de processos naturais lentos ( uniformitarismo ),como também à ocasional existência de fenómenos catastróficos provocando alterações profundas a nível geológico ( catastrofismo ). É nesta corrente que actualmente nos baseamos para a explicação das alterações da Terra.

Actualismo geológico - esta teoria defende que, as causas que no passado provocaram modificações na Terra, para além de serem semelhantes às actuais, também teriam ocorrido sempre com a mesma intensidade que se verificava e observava na actualidade. Esta teoria caracterizava-se pela uniformidade temporal dos processos geológicos e foi avidamente defendida por Charles Lyell ( século XIX )

Teoria da deriva dos continentes - segundo esta teoria, as massas continentais apresentavam uma baixa densidade e, por esse motivo, flutuavam sobre as densas massas oceânicas, movimentando-se e alterando a superfície do planeta. Esta teria foi enunciada por Alfred Wegener ( 1912 ) e serviu de base à teoria da tectónica de placas.

Teoria da tectónica das placas - nesta altura já se encontrava em vigor um novo pensamento científico, o evolucionismo (década de 60 do século XX), o qual retomou a teoria anteriormente enunciada por Wegener (teoria da deriva continental), reformulando-a e explicando qual a fonte energética do movimento das placas tectónicas admitindo que não são os continentes que se movimentam, mas sim as placas tectónicas ou litosféricas que contêm esses continentes. Esta teoria influenciou toda a Geologia moderna provando que a superfície da Terra é móvel.



Conclusões
Na História da Terra têm ocorrido grandes alterações tanto a nível geológico como biológico. Com os sucessivos aparecimentos de floras e faunas fósseis, tornou-se cada vez mais óbvio que a Terra teria muito mais tempo de vida do que o que se pensava. Os estudiosos da natureza tentaram interpretar e explicar estes fenómenos que modificavam a superfície terrestre de diferentes maneiras. Assim, surgiram vários tipos de teorias, algumas das quais serviram de base ao conhecimento científico que é actualmente aceite. Entre elas, sobressaiu a teoria da mobilidade dos continentes de Alfred Wegener. Embora tenha recebido fortes criticas da comunidade cientifica da época, veio-se a provar em meados do século XX, que a superfície da Terra era móvel através da teoria da tectónica das placas, dando-se uma revolução cientifica que influenciou toda a geologia moderna.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

sábado, 24 de novembro de 2007

Interacções do Homem nos subsistemas terrestres.

Introdução

Qual o lugar do Homem nas inter-relações dos diferentes subsistemas terrestres? As actividades humanas têm, cada vez mais, de respeitar os subsistemas da Terra e a sua interactividade. A sobrevivência e o bem-estar do Homem dependem de recursos extraídos da Terra. No entanto, a exploração e o consumo descontrolados dos recursos naturais, que se vêm agravando principalmente nas últimas décadas, têm provocado alterações profundas nos ecossistemas. A Terra contém grande variedade de riquezas que o Homem vem utilizando não só para sobreviver mas também nas mais diversas actividades. Essas riquezas constituem os recursos naturais. O crescimento populacional e o desenvolvimento económico têm um impacto no incremento da exploração dos recursos naturais provocando o aumento de resíduos cuja acumulação determina vários tipos de poluição: atmosférica, das águas e do solo.
- A questão pertinente que importa fazer é; conseguiremos garantir a subsistência das futuras gerações?



Objectivos

- Demonstrar que as futuras gerações correm um risco de subsistência.
- Demonstrar de que forma o Homem interage e desequilibra os diversos subsistemas terrestres (crescimento populacional, água, solo, combustíveis fósseis, atmosfera).
- Sensibilizar os leitores a um desenvolvimento sustentável (politica dos Rs, energias renováveis, desenvolvimento sustentável, tratado de Quioto).
- Tentativa de resposta à questão central do trabalho (desenvolvimento sustentável).



Desenvolvimento

Sabia que?
- O elevado crescimento demográfico tem conduzido à sobre exploração dos solos e à sobre pastorícia. 25% dos solos do nosso planeta estão em risco de desertificação.
- Anualmente, 10 milhões de hectares de florestas tropicais são destruídas. Estas florestas representam 7% da superfície terrestre e abrigam 50 a 80% das espécies vegetais e animais
- 75% das espécies agrícolas que existiam em 1900 desapareceram. Calcula-se que cerca de 50 000 espécies desapareceram devido à acção do Homem sobre o ambiente.
- Uma espécie de ave ou um mamífero desaparece em cada 3 segundos. Actualmente, 1200 espécies estão ameaçadas e em perigo de extinção.
- Os países desenvolvidos são os responsáveis por 75% das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
- A concentração de gases responsáveis pelo efeito de estufa na atmosfera está a aumentar. A temperatura média poderá aumentar 1 a 5 ºC neste século.
- Nos dois últimos séculos a população mundial duplicou entre 1800 e 1930 e voltou a duplicar entre 1930 e 1975. Uma nova duplicação está prevista para 2020.
- De toda a água existente no nosso planeta apenas 3% é água potável. As águas subterrâneas, que fornecem dois terços da água para consumo, ressentem-se da presença por infiltração de elementos químicos poluentes usados na fertilização do solo.


Crescimento Populacional
Em média nascem 4,3 crianças por segundo. 10 mil a cada hora. Há 200 anos a população da Terra era de apenas 1 Bilião. Hoje crescemos de bilião em bilião a cada 12 anos. O mais assustador é que o crescimento é maior justamente na Ásia e na África, continentes que têm menos condições de arcar com esse inchaço populacional. Na Índia com mais de 1 bilião de habitantes, o crescimento Demográfico é como uma bomba relógio; 33 nascimentos por minuto, 48 mil por dia. Todos os que nascem necessitam de alimentação, energia, água tratada, saneamento, roupas, casa, educação, atendimento médico e emprego. Ainda mais o lixo que produzem sobrecarrega o meio ambiente.

Figura 1 - Crescimento Populacional

In: http://dasantiga.wordpress.com/provahelbert/



Água
A água é um dos recursos mais importantes que a natureza oferece ao Homem, podendo ser encontrada no nosso planeta, em diferentes estados físicos (líquido, sólido, gasoso) e de diferentes formas: águas superficiais, subterrâneas, salgadas e doces, águas estagnadas e correntes.


Gráfico 1 - Disponibilidade de H2O na Terra.
In: http://www.pura.poli.usp.br/porque.htm



Ao longo dos últimos anos tem-se verificado, a nível mundial, um aumento significativo do consumo de água. Este facto relaciona-se com o crescimento das actividades económicas e da população, fundamentalmente devido à melhoria ocorrida no sistema de abastecimento às populações. As necessidades crescentes no consumo têm conduzido ao aumento da captação de água, tratamento e transporte até aos consumidores. Para além dos problemas inerentes à quantidade de água, colocam-se, também, graves problemas em relação à sua qualidade. A principal fonte de poluição das águas subterrâneas é a agricultura. Pois, quando se utilizam processos inadequados de irrigação e quantidades excessivas de produtos químicos (fertilizantes, pesticidas, herbicidas), os solos são contaminados e, consequentemente, através da infiltração, as águas subterrâneas ficam, igualmente contaminadas. Os efluentes industriais e as suiniculturas são uma importante fonte de poluição porque estas podem conter elevadas concentrações de mercúrio e metais pesados. A contaminação de origem difusa das águas superficiais e subterrâneas tem aumentado de importância e está relacionada, principalmente, com as actividades agro-pecuárias. A escorrência superficial, proveniente da rede rodoviária e das zonas urbanas, constitui também uma importante fonte de contaminação.


Figura 2 - Contaminação das Águas
In: http://www.cunolatina.com.br/university/contaminacao.htm



A poluição provenientes das nossas casas e das cidades chega aos rios através do esgotos e vai directo ao mar que se encontra a quilómetros de distância, os esgotos despejados no mar podem provocar doenças, os nitrados dos fertilizantes e os detergentes provocam um aumento das algas e os animais morrem, no tempo quente os bivalves podem tornar-se venenosos, desde há séculos o mar vem sendo o local onde se despejam muitos dos desperdícios da humanidade, as cidades costeiras descarregam os esgotos não tratados no mar.


Figura 3 - Poluição nos mares
In: http://library.thinkquest.org/C0126481/pola.html



A erosão dos solos
A intervenção do Homem no meio natural provoca grandes alterações nos ecossistemas. A prática de uma agricultura e pecuária intensivas provoca a poluição e o esgotamento dos solos e da água. A erosão dos solos é um problema ambiental muito grave.
Anualmente, 75 milhões de toneladas de solos perdem-se a nível mundial. Em poucos anos a erosão pode destruir um solo que levou milhares de anos a formar-se. O solo é um dos recursos naturais mais importantes. Dependemos dele para produzir os alimentos que consumimos. Mas o solo necessita de ser utilizado de uma forma mais sustentável.
A utilização intensiva dos solos pela agricultura pode provocar o seu esgotamento. Por vezes, utilizam-se solos com fraca aptidão agrícola, que, submetidos a uma exploração intensiva, acabam por se esgotar. Ao serem abandonados pelos agricultores, estes solos ficam expostos à actuação dos agentes erosivos.
A criação de gado intensiva pode ser, também, um factor de esgotamento e erosão dos solos, ao consumir a vegetação rasteira e os arbustos, o solo fica desprotegido. O vento e a chuva exercem uma forte acção de desgaste e de transporte da camada superficial do solo.
A desflorestação é outro dos factores responsáveis pela erosão dos solos. As árvores protegem o solo com as suas raízes.
Quando as árvores forem destruídas, a escorrência aumenta e o solo é facilmente arrastado pela acção de desgaste da chuva e do vento.
A agricultura em áreas de forte declive também contribui para a erosão dos solos. Quando chove, a água das chuvas provoca a erosão dos solos. A utilização excessiva de fertilizantes, pesticidas e fungicidas é também factor de poluição e erosão dos solos.

Figura 4 - Erosão dos solos
In: http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/erosao.htm



Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis foram criados quando, há milhões de anos atrás, a matéria orgânica deteriorada foi comprimida no subsolo sofrendo um conjunto de alterações físico-químicas. Como combustíveis fósseis temos: o petróleo, o gás natural e o carvão. Estas fontes de energia (também denominadas por fontes de energia convencionais, por serem as mais utilizadas em todo o mundo), têm reservas que não se renovam, uma vez que é necessário muito tempo para as repor. A sua queima provoca por outro lado efeitos ambientais aos quais devemos estar atentos (como por exemplo o efeito de estufa) com consequências ao nível do clima e da saúde pública. É fundamental utilizar estes combustíveis de forma racional uma vez que a maioria das actividades que realizamos ao longo do nosso dia-a-dia depende deste tipo de combustíveis. O desenvolvimento da sociedade moderna assentou, após a revolução industrial do século XIX. Se não fossem os combustíveis fósseis seria muito difícil termos a mesma qualidade de vida que temos hoje.


Figura 5 - Exploração do petróleo
In: http://www.dep.fem.unicamp.br/boletim/BE13/artigo4.htm



Poluição atmosférica
A poluição do ar nas áreas urbano-industriais, ocorre devido ao facto de estas regiões serem as que possuem mais focos de poluição, como os escapes dos automóveis (que emitem grandes quantidades de gases poluentes), os aquecimentos domésticos, os fumos industriais e outros, os incêndios florestais e as pulverizações com pesticidas. Outros factores que também contribuem para a poluição atmosférica são: as características climáticas de cada região, a posição geográfica e os ventos dominantes. Os espaços propícios para a concentração da poluição atmosférica são os locais afastados do litoral e regiões abrigadas (pouco ventosas), nestes locais existe uma maior concentração de poluição, pois o ar não se movimenta e os gases acumulam-se. Os espaços desfavoráveis para a concentração da poluição atmosférica são as regiões litorais ou montanhosas, onde o ar é ascendente, nestes locais existe uma menor concentração de poluição. Nos países desenvolvidos verifica-se uma maior concentração de poluição atmosférica, devido ao grande nível de industrialização e ao modo de vida das pessoas que utilizam demasiado os automóveis, os CFC’s, etc. No entanto este problema cada vez mais se estende aos países em desenvolvimento, devido a esses países começarem a utilizar cada vez mais automóveis e a ter cada vez mais fábricas.


- As consequências da poluição atmosférica


O Smog
As condições geográficas e meteorológicas também são muito importantes para o agravamento ou diminuição do efeito da poluição do ar. O Smog define-se como uma combinação de fumo e de nevoeiro em áreas urbano-industriais. O Smog surge em situações de nevoeiro, a sua formação é favorecida pelos focos de poluição, que aumentam o número de núcleos de condensação (poeiras ou partículas diversas) na atmosfera saturada ou quase saturada. As consequências do Smog são: a inversão térmica, ou seja, o aumento da temperatura durante o dia, e em condições de grande arrefecimento nocturno. O Smog provoca directamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e cardíacos. A concentração de fumos à superfície. Algumas cidades que sofreram o Smog: Los Angeles, é uma cidade que sofre grandes problemas de contaminação pelo Smog. Londres, foi onde ocorreu a situação mais grave, no ano de 1952, devido à conjugação de vários fenómenos meteorológicos.

Figura 6 - Efeito "Smog"
In: http://www.desmogblog.com/uk-heatwave-hottest-in-350-years



Chuvas ácidas
As chuvas ácidas formam-se com a libertação de dióxido de enxofre e de óxido de azoto (provenientes de fábricas e automóveis) para a atmosfera. Esses gases que foram libertados para a atmosfera são levados pelos ventos para as nuvens. A combinação destes gases com o oxigénio e o vapor de água contido nas nuvens, dá origem a ácido sulfúrico e ácido nítrico, ou seja, formam-se as chuvas ácidas. Com a precipitação, as chuvas ácidas originam a acidificação dos solos, que vai prejudicar a agricultura e as espécies de árvores e plantas que vão nascer. Outra consequência é a destruição da vegetação e a contaminação da água, que é muito prejudicial para a vegetação assim como para os animais. As chuvas ácidas embora afectem mais as regiões industrializadas da América do Norte (EUA e Canadá) e da Europa (Alemanha, Áustria, Polónia, República Checa, Escandinávia), devido à emissão de dióxido de enxofre e à queima de petróleo e carvão, são um problema global visto que os ventos transportam as partículas poluentes.


Figura 7 - Formação das chuvas ácidas
In: http://www.uems.br/popciencia/chuva.html



A destruição da camada de ozono
A existência de ozono na estratosfera é vital para a Terra, pois absorve grande parte da radiação ultravioleta. O ozono é assim indispensável, protegendo-nos do excesso de radiação ultravioleta, embora ao nível do solo seja prejudicial para a saúde e para o ambiente. A destruição da camada de ozono provocada pelo cloro origina variações do clima (aquecimento global) e poderá acabar com a vida na Terra. Tem-se assistido à destruição da camada de ozono, ou seja, o aumento do “buraco” na camada de ozono, esta situação é mais preocupante nos pólos pois corre-se o risco de derreter os pólos, aumentando desta forma o nível médio das águas do mar. Actualmente tenta-se substituir os CFC (muito prejudiciais para a camada de ozono), por outros que não provoquem danos ambientais, pois se a camada de ozono é destruída será o fim da vida na Terra.


Figura 8 - Buraco na camada de ozono
In: http://cienciomania.blogs.sapo.pt/tag/educa%C3%A7%C3%A3o+ambiental



O Efeito de Estufa
Uma das consequências da poluição atmosférica é o Efeito de Estufa. O sol é constituído por radiações ultravioletas, infravermelhos, entre outras que atravessam a atmosfera, mas nem todas chegam à superfície, pois a mesma absorve, difunde e reflecte parte dessa radiação (função de filtro). A crescente emissão de dióxido de carbono é prejudicial, pois o CO2 permite a passagem da radiação solar para terra mas depois funciona como uma barreira, não deixando sair o calor que é reflectido pela superfície terrestre, então o calor fica concentrado formando o Efeito de Estufa.
Este fenómeno atinge mais os países desenvolvidos, por serem os maiores emissores de dióxido de carbono.
Na actualidade as regiões menos desenvolvidas e industrializadas também são afectadas por este problema, devido à queima das florestas tropicais e fenómenos naturais (erupções vulcânicas). Este processo tem duas consequências:
- O aquecimento global do planeta, o que pode provocar a fusão do gelo das regiões polares e a subida dos oceanos, com a submersão das regiões litorais.
- Alterações climatéricas que poderão acelerar o avanço da dos desertos (desertificação).
Figura 9 - Efeito de estufa
In: http://geographicae.wordpress.com/2007/05/08/o-efeito-de-estufa-ii/



Conclusão

Os quatro erres
A adopção de modos de vida mais ecológicos constitui uma medida fundamental para protegermos o ambiente. A primeira medida deve ser a de REDUZIR o nosso consumo. Ao consumirmos apenas aquilo de que necessitamos estamos a proteger os recursos naturais e a produzir menos resíduos. O segundo R é RECUSAR. Devemos recusar tudo aquilo de que não necessitamos. Assim, quando for ao supermercado leve de casa sacos de plástico e recuse sacos novos. O plástico é um dos principais resíduos sólidos urbanos e não é biodegradável, podendo permanecer nos solos mais de 15 anos sem sofrer alterações. REUTILIZAR é o terceiro R, isto é, a terceira medida de protecção do ambiente. A reutilização é uma importante medida para proteger os recursos. O vidro é um dos produtos onde a reutilização é mais aplicada. Por isso, não se esqueça de colocar as garrafas de vidro já utilizadas no vidrão. A quarta medida amiga do ambiente é RECICLAR. Muitos dos nossos desperdícios podem ser recuperados através da reciclagem, como, por exemplo, o papel, a roupa, o vidro e as pilhas.


Video 1 - Anuncio Sociedade Ponto Verde
In: http://www.youtube.com/watch?v=Lvh3DZUuvdA






Energias renováveis
A utilização das energias renováveis é uma das formas de consumir energia sem poluir o ambiente e destruir os recursos naturais. É, igualmente, a forma de diminuirmos o consumo dos combustíveis fósseis e de contribuirmos para reduzir a poluição atmosférica.
- Energia solar, podemos aproveitar o calor emitido pelo Sol para produzir energia. Para isso, necessitamos de painéis solares. Com a utilização deste recurso renovável podemos produzir electricidade, aquecer a água e aquecer o ambiente.
- Energia hidroeléctrica, através da construção de barragens pode produzir-se energia eléctrica.
- Energia eólica, podemos produzir energia eléctrica aproveitando a velocidade do vento. Os parques eólicos devem ser colocados em áreas expostas a ventos fortes. Através de centrais maré motrizes pode aproveitar-se a energia das marés para produzir energia eléctrica.
- Energia da biomassa, a partir da fermentação dos excrementos dos animais, de plantas ou madeira é possível produzir energia.
- Energia geotérmica, a utilização do calor proveniente do interior da Terra permite a produção de energia. Esta energia pode ser utilizada para aquecimento do ambiente, águas termais e produção de electricidade.


Figura 10 - Moinhos de vento
In: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=1891



Desenvolvimento sustentável
Uma das abordagens necessárias à resolução de problemas de conservação de espécies e recursos naturais é perceber como é que estão relacionados com o bem-estar das populações Humanas. O conceito de desenvolvimento sustentável surge assim como um ponto de equilíbrio entre conservação e crescimento económico, definido como “desenvolvimento que satisfaz as exigências do presente sem comprometer a capacidade de futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.


Tratado de Quioto
O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (Outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (Agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (Junho de 1992).
Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 16 de Março de 1998 e ratificado em 15 de Março de 1999. Oficialmente entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012.


Tabela 1 - Variações previstas na emissão de gases poluentes após o tratado de Quioto.
In: http://www.energiasrenovaveis.com/html/CANAIS/noticias/noticias0503.asp


Com pequenos gestos podemos contribuir para preservar o ambiente:
- Fazer a triagem dos nossos resíduos domésticos. Separar o papel, as embalagens e vidros; as latas e os detritos orgânicos.
- As fontes de energia não renováveis esgotam-se. Assim, não deixe as luzes acesas quando sai, diminua a intensidade do ar condicionado, etc.
- Feche a torneira quando está a lavar os dentes.
- Tome um duche em vez de banho de imersão.
- Reciclar é importante. Por exemplo, para fabricar uma tonelada de papel são necessárias 16 árvores. O papel reciclado fabrica-se sem madeira, mas com os nossos desperdícios.
- Em Singapura paga-se uma multa quando se atira para o chão uma pastilha elástica. Não é este o caso em Portugal. Mas pode contribuir para um ambiente saudável seleccionado os resíduos.
- Estamos expostos a níveis de ruído superior aos valores normais. Assim, aplique alguns gestos simples: baixe o volume da aparelhagem quando ouve música. Baixe o volume do televisor.

Figura 11 - Sustentação da Terra pelo Homem
In: http://www.worldofstock.com/closeups/MES1530.php




Bibliografia

Livros
- Ferreira, J. & Ferreira M. (2007) - Planeta com Vida, Geologia (Volume 1), 1.ª Edição, Edições Santillana: Carnaxide.
- Mota, R. & Atanásio J. (2003) - Geo, Ambiente e Sociedade, 2.ª Edição, Edições Plátano Editora: Lisboa.
- Mota, R. & Atanásio J. (2003) - Geo, Actividades Económicas, 2.ª Edição, Edições Plátano Editora: Lisboa.
- Rodrigues, M. & Dias, F. (2003) - Ciências Na Nossa Vida, Sustentabilidade Na Terra, 1ª Edição, Edições Porto Editora: Porto.


Internet
http://greenpeace.blogtvbrasil.com.br/clima - Poluição Atmosférica.
http://greenpeace.blogtvbrasil.com.br/oceanos - Poluição das Águas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel - Desenvolvimento sustentável.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Trabalhos Individuais- Temas

Cada aluno tem que publicar duas mensagens, uma primeira com a proposta de plano de trabalho e uma segunda com o desenvolvimento do trabalho. Podem, por opção publicar uma terceira mensagem onde colocam imagens e/ou links que pretendem utilizar em aulas seguintes. Não esquecer que têm que fazer referência a todas as fontes utilizadas, sejam elas livros, revistas ou materiais na net. Essas referências são feitas quer para os textos, quer para as imagens.

O prazo final de publicação do trabalho no blog é 4 de Dezembro. Após essa data, terão o acesso temporariamente fechado para que se faça a correcção dos trabalhos. Após a correcção, o acesso é novamente aberto a todos.

1- Daniela
Formação do Sistema Solar:
- Provável origem do Sol e dos planetas
- Planetas e outros astros do Sistema Solar.

2- Cristina
A Terra, um planeta em mudança:
- Princípios básicos do raciocínio geológico
- O mobilismo geológico: Placas tectónicas e os seus movimentos.

3- Nuno
A Terra, um planeta único a proteger:
- A face da Terra, continentes e fundos oceânicos.

4- José
A Terra, um plantea único a proteger:
- Intervenções do Homem nos subsistemas terrestres.

5- João
A medida do tempo e a idade da Terra
- Idade relativa e idade radiométrica.

6- Maria José
A medida do tempo e a idade da Terra
- Memória dos tempos geológicos.

7- Miguel
A Terra, um planeta único a proteger
- Intervenções do Homem nos subsistemas terrestres.

8-Pedro
Formação do Sistema Solar
- A Terra - acreção e diferenciação.

9- Bruno
A Terra e os outros planetas telúricos
- Manifestações da actividade geológica.

10- Andreia
A Terra e os outros planetas telúricos
- Sistema Terra-Lua, um exemplo paradigmático.

11- Luís
A Terra e os outros planetas telúricos
- Manifestações da actividade geológica
- Sistema Terra-Lua, um exemplo paradigmático.

Introdução
- Como se formou o Sistema Solar?
- Que teorias explicam a Nébula Solar?
- O que constitui o Sistema Solar?
Objectivos
-Explicar a formação do Sistema Solar;
-Demonstrar quais as teorias explicativas da Nébula solar;
-Identificar os planetas e os restantes astros do Sistema Solar.

Desenvolvimento

Teoria da Nébula Solar:

A Nébula Solar evoluiu a partir de uma nuvem gasosa interestrelar (nébula solar).
Nuvem gigantesca contrai uma onda de choque provocada pela explosão de uma estrela.
Energia proveniente da contracção da nébula fez com que toda a matéria primitiva do Sistema Solar iniciasse uma rotação diminuindo-a, fazendo com que porções de matéria cósmica -gases, poeiras rochosas e metálicas- se aglomerassem, originando corpos de maior dimensão que originaram os seguintes astros constituintes do Sistema Solar:

  • Planetas;
  • Satélites;
  • Asteróides;
  • Cometas.

Mais tarde esta teoria foi reformulada e actulamente é a que melhor justifica a Teoria Nebular. Esta teoria refomulada admite que o Sistema Solar se formou através de uma nébula com origem no Sol, uma vez que por atracção gravítica, adquiriu rotação e sofreu acreção, fazendo com os materiais subissem a sua temperatura chegasse ao estado de fusão, implicando a existência de uma diferenciação dos materiais por densidade.


A Teoria Nebular Reformulada considera a existência dos seguintes passos:

- No Universo existia uma nébula constituída por gases e poeiras;

- A sua contracção foi provocada pela existência de forças de atracção gravitica no interior desta nébula;

- A contracção da nébula foi a responsável pelo aumento da velocidade desta;

-Ao arrefecer, a nébula adquiriu uma forma de disco aplanado, cujo o centro é definido por proto-sol;

-O arrefecimento do disco foi provocou a condensação dos materiais da nébula em pequenos grãos;

- Se estes materiais se encontrarem depositados no interoir do disco, a sua velocidade de arrefecimento é menor, mantendo-se a uma maior temperatura do que aqueles que se situam na periferia da nébula. Se se encontrarem numa zona mais externa da nébula por estarem contacto com o Universo, que se encontra a baixa temperatura, arrefecem mais rapidamente;

- A atracção gravítica continuou a verificar-se no interior do disco nebular, originando o choque entre os pequenos grãos sólidos anteriormente formados;

- A acreção obteve como reslutado dinal a formação de protoplanetas;

- A formação dos planetas deve-se ao facto da acreção gravítica continuar a verificar-se a posterior diferenciação dos materiais sujeitos a acreção.

Constituição do Sistema Solar

O Sistema Solar localiza-se na Via Láctea e é constiuído por:

- Estrela (Sol) - Corpo celeste que emite luz própria e que parece cintilar. O Sol é uma esfera gigantesca de gases, como o Hélio e o Hidrogénio, cada vez mais comprimidos à medida que se vai descendo em direcção ao núcleo central. O Sol queima 4,5 milhoes de toneladas de Hidrogénio por segundo, que transforma em energia, parte da qual atinge a Terra sob a forma de luz visível.

-Planetas Telúricos - Mercúrio, Vénus, Terra e Marte - são caracterizados por terem uma elevada densidade e uma dimensão reduzida. São também designados de Planetas Interiores.

-Planetas Gigantes ou Planetas Gasosos - Júpiter, Saturno Úrano e Neptuno - reflectem a sua dimensão superior e uma constituição essencialmente gasosa.

-Asteróides - são corpos de tipo planetário que se distinguem dos planetas por:

  • Serem mais pequenos;
  • Terem forma irregular;
  • Terem eixos de rotação distribuídos ao acaso.
Os asteróides situam-se entre Marte e Júpiter, na Cintura de Asteróides.

-Meteoros e Meteoritos - são corpos rochosos e/ou metálicos. Os meteoros quando atravessam a atmosfera, devido à resistência que esta oferece à sua passagem, desintegram-se originando um rasto luminoso vulgarmente conhecido de estrela cadente. Os meteoritos resistem ao aqueciemnto conseguindo atingir a superficie da Terra embora parcialmente destruídos na seu trajecto.
  • Cerca de meio milhar de meteoritos caiem anualmente no nosso planeta, dos quais apenas dez ou doze são recuperados pelos cientistas.

  • Quando algum meteorito cai, resulta uma depressão chamada de cratera de impacto, de forma circular, com um rebordo saliente e uma profundidade distinta conforme a massa do meteorito e a velocidade com que atinge o solo.

-Cometas - São corpos constituídos por rocha e gelo, possuidores de um núcleo rochoso, apresentando uma órbita muito excêntrica que difere de cometa para cometa.


No séc. II Ptolomeu (sábio grego) formulou a Concepção Geocêntrica que afirma:

- Que a Terra se encontra no centro do Universo e os outros planetas se deslocam em seu redor fazendo movimentos circulares ao longo das suas órbitas.


Ptolomeu










Concepção Geocêntrica
http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/imagem.php?idImagem=607

http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CFQ/Geocentrismo_Heliocentrismo/Image1448.jpg


Mais tarde, no séc. XVI, Copérnico formulou a Concepção Heliocentrica que afirma:
-Que o sol se encontra no centro do Universo e a Terra, um simples planeta que gira à volta daquele astro, assim como os restantes planetas.

Copérnico








http://www.ifi.unicamp.br/~accosta/copernic.jpg

Concepção Heliocêntrica












http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://filotestes.no.sapo.pt/cosmos6.jpg&imgrefurl=http://filotestes.no.sapo.pt/cosmos3.htm&h=228&w=236&sz=64&hl=pt-PT&start=9&tbnid=f227IbbTWwgolM:&tbnh=105&tbnw=109&prev=


Conclusão

Podemos então concluir que o Sistema Solar teve origem há cerca de 4600 milhões de anos, numa nuvem de gás e poeira que rodava lentamente, comprimindo-se cada vez mais. Ao contrair-se esta nuvem tornou-se muito quente, originando o Sol. Algumas partículas de material que continuaram a girar em torno do Sol, colidiram-se umas com as outras, formando os planetóides, e que com o crescimento originaram os planetas. Através da Teoria da Nébula solar obtemos argumentos a favor contra que passo de seguida a citar:

Argumentos a favor da Teoria da Nébula solar:

- Sentido Directo- todos os planetas se deslocam em torno do Sol no mesmo sentido;

- Todos os planetas, à excepção de Vénus, têm movimentos rotativos no sentido directo, assim como o Sol;

- Na Via Láctea existem variadissimas regiões ocupadas por nuvens interestrelares, nascendo novas estrelas ou outros sistemas. A sua forma sugere que o Universo se repetem situações de achatamento de nuvens de gás.

Argumentos contra a Teoria da Nébula Solar:

- O Sol não roda de modo suficientemente rápido;

-Os planetas têm mais que um momento angular;

- O Sol poderá adquirir a maior parte do movimento angular do sistema;

- A conservação do momento angular requer que cada parte da rotação condense a nébula, para conservar o seu momento angular.

Bibliografia


Livros:
- Maciel, Némia e Miranda, Ana - Eu e o Planeta Azul - Terra no Espaço, Ciências Físicas e Naturais, Porto Editora: Porto
- Ferreira, Jorge e Ferreira, Manuela - Planeta com Vida, Geologia (Volume I), Edição Santilhana: Carnaxide

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Formação do Sistema Solar

Título:
Formação do Sistema solar

Introdução:
- Origem do Sistema solar
- Teoria da Nébula Solar
- Constiuição do sistema Solar
- Planetas Telúricos e Gigantes
- Pequenos Corpos do Sistema Solar

Objectivos:
-Explicar como se formou o Sistema Solar
-Explicar a Teoria da Nébula solar
-Agrupar os planetas segundo as suas caracteristicas
-Identificar quais os pequenos corpos que podemos encontrar no Sistema Solar

Desenvolvimento:
A origem do Sistema Solar é explicada através da teoria da Nébula Solar.
Na constituição do Sistema Solar encontramos a concepção geocêntrica, formulada por Ptolomeu (grande sábio grego do séc.II) e a concepção heliocentrica, formulada por Copérnico (grande sábio grego do séc. XVI).
Os Planetas Telúricos que são: Mercúrio, Venús, Terra e Marte, têm uma densidade elevada e reduzida dimensão, assemelhando-se ao nosso Planeta. São também designados de planetas interiores.
Os Planetas Gigantes, também conhecidos por Gasosos, reflectem a sua dimensão superior e uma constituição essencialmente gasosa. São eles Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.
No Sistema Solar podemos encontrar Asteróides, Satélites Naturais , Meteoros, Meteoritos e Cometas.

Conclusão:
A Teoria da Nébula Solar tem prós e contras.
Existência de duas concepções na constituição do Sistema Solar formuladas por dois grandes sábios gregos.
Podemos caracterizar os planetas como telúricos ou gigantes, dependendo da sua dimensão e densidade.
Os satélites naturais (ou luas), os Asteróides e os cometas são considerados pequenos corpos do Sistema Solar (quando incluidos os planetas, denominam-se de astros constituintes do Sistema solar).
A Cintura de Asteróides situa-se numa faixa entre os planetas Marte e Júpiter.

A Face da Terra - Continentes e Fundos Oceânicos

Introdução



A superfície terrestre é dominada pelas águas oceânicas que ocupam cerca de 2/3 da sua totalidade, sendo o restante ocupado pelos continentes. Devido à tectónica das placas, a superfície terrestre apresenta, tanto a nível continental como a nível oceânico, diferentes relevos, sendo estes mais acentuados no domínio continental e mais aplanados no que toca ao domínio oceânico.


A nível continental podemos encontrar as cadeias montanhosas, ou cinturas orogénicas, que consistem em relevos bastante acentuados, com milhares de metros de altura, assim como cratões, relevos com apenas algumas centenas de metros acima do nível médio do mar, e as plataformas estáveis que os rodeiam. A nível oceânico, dominam as planícies abissais, que correspondem à maior área de superfície terrestre, e podemos também encontrar as dorsais e as fossas oceânicas.


Dentro dos oceanos podemos ainda encontrar relevos pertencentes ao domínio continental, tal como a plataforma e o talude continental.



Objectivos

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, os continentes não acabam assim que os oceanos começam. Este trabalho pretende abordar esta temática, esclarecendo questões como onde começam e acabam os continentes e os oceanos e dar a conhecer os diferentes relevos da superfície terrestre e as formas como estes se formam.



Formas de Relevo do Domínio Continental

Em termos de idade geológica, os continentes são mais antigos do que os oceanos. Enquanto que as rochas oceânicas mais antigas só têm 200 milhões de anos, as rochas continentais são muito mais antigas, tão antigas como 3,8 biliões de anos. Estas rochas constituem a crosta continental que hoje é estável, ou seja, não estão envolvidas em qualquer actividade de formação de montanhas, pois já são compactas e foram deformadas pela antiga orogenia. Algumas destas rochas formam os cratões, a base dos continentes. Consoante o tipo de rocha que aflora a superfície podemos diferenciar duas regiões distintas: os escudos, maciços ou filões de rochas metamórficas e magmáticas, intrusivas, geralmente cristalinas, cujo protótipo é o granito; e as plataformas, rochas de génese sedimentar que sofreram intenso metamorfismo durante os períodos em que se encontravam a grande profundidade, nas raízes das dobras das cadeias antigas. Devido à sua idade, os cratões foram sujeitos a uma intensa erosão, apresentando um baixo relevo, não ultrapassando as poucas centenas de metros acima do nível médio do mar.


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Figura 1 - Cratão situado na Arábia Saudita.

In http://www.earthscienceworld.org/images/search/results.html?Keyword=Fenton


Ao longo das margens continentais podemos encontrar a maioria das cadeias montanhosas presentes nos continentes. Grande parte das cadeias montanhosas actuais foi formada na Era Cenozóica, através do vulcanismo, da actividade tectónica, ou mesmo da conjunção de ambos. As suas rochas encontram-se intensamente deformadas e dobradas e são caracterizadas pela sua composição de rochas magmáticas.


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Figura 2 - Montanhas Selkirk, América do Norte

In http://www.earthscienceworld.org/images/search/results.html?begin=10&num=2&numBegin=1&Category=&Continent=&Country=&Keyword=mountain%20range#null


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Figura 3 - Mapa mundo da localização dos cratões, plataformas e cadeias montanhosas.
Alterado a partir de http://dminas.ist.utl.pt/Geomuseu/MINGEO%20LEC2007LET/Aulas%20Teóricas%20(Documentos%20opcionais)/Estrutura%20da%20Terra%20e%20Tectónica%20de%20placas/Descobrir%20a%20crusta%20terrestre%20(Português).pdf

As plataformas continentais prolongam os continentes sob os oceanos, possuindo até cerca de 200 metros de profundidade e até 1000 quilómetros de comprimento. Formaram-se entre períodos glaciares, quando os oceanos inundaram parte dos continentes, dando origem a áreas de águas pouco profundas ao longo das costas. Estas áreas encontram-se cobertas de sedimentos provenientes da erosão das rochas continentais, que para ali são transportados pelos rios.


Na transição entre a plataforma continental e as planícies abissais, existe o talude continental. Este consiste num declive muito acentuado, passando das centenas para os milhares de metros de profundidade em poucos quilómetros, e forma-se a partir de sedimentos provenientes do seu cume e da esfoliação da placa continental em subdução.


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Figura 4 - Esquema de uma plataforma continental e um talude continental.

In http://www.allrefer.com/pictures/s1/c0601400-continental-shelf


Formas de Relevo do Domínio Oceânico



Os oceanos não são apenas a porção de superfície terrestre que se encontra coberta por água. Os fundos oceânicos são geologicamente distintos dos continentes e encontram-se num ciclo perpétuo de criação e destruição que molda o seu aspecto. Este processo ocorre lentamente ao longo de dezenas e centenas de milhões de anos.


Foi durante os anos após a Segunda Guerra Mundial que grande parte do fundo oceânico foi descoberto e estudado, devido ao avanço tecnológico dos sonares. Com estes estudos descobriram-se vários relevos oceânicos, tais como as dorsais oceânicas, que consistem num sistema contínuo de cadeias montanhosas submarinas de origem vulcânica, com aproximadamente 60 mil quilómetros, que rodeia o planeta Terra, ocupando o eixo médio dos oceanos. Este sistema é o maior relevo geológico no planeta e é formado por placas divergentes, ou seja, que se movem em direcções opostas. Nas suas zonas de fractura, denominadas riftes oceânicos, o magma basáltico, de origem mantélica, ascende e forma nova crosta oceânica, elevando assim o fundo oceânico. A dorsal ergue-se em média 3000 a 4000 metros acima do fundo marinho mas, por vezes, as montanhas submarinas erguem-se ao ponto de vir a superfície formando ilhas vulcânicas, como é o caso dos Açores e da Islândia. A dorsal oceânica é ocasionalmente fracturada por falhas transformantes, em que as placas deslizam uma paralelamente à outra e não há destruição nem formação de crosta.


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Figura 5 - Formação de uma dorsal oceânica.

In http://encarta.msn.com/media_461550416/Formation_of_an_Oceanic_Ridge.html


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Figura 6 - Mapa mundo da localização das dorsais oceânicas.

In http://web.ics.purdue.edu/~nowack/geos105/lect10-dir/lecture10.htm


A crosta formada pela dorsal oceânica é destruída nas fossas oceânicas, também designadas de zonas de subdução. As fossas são criadas em fronteiras convergentes quando se dá a colisão entre uma placa oceânica densa e uma placa continental mais leve. A placa oceânica afunda em relação à continental e mergulha no manto até se fundir. O material fundido ascende a superfície formando ilhas ou cadeias montanhosas, como a cordilheira dos Andes na América do Sul. Na fossa das Marianas, perto do Japão, encontra-se o ponto mais profundo da superfície terrestre, com aproximadamente 11 quilómetros de profundidade.


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Figura 7 - Fossa oceânica criada devido ao embate de uma placa oceânica com uma placa continental com formação de cadeias montanhosas.

Alterado a partir de http://www.calstatela.edu/faculty/acolvil/plates.html


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Figura 8 - Fossa oceânica criada devido ao embate de uma placa oceânica com outra placa oceânica com formação de ilhas vulcânicas.

Alterado a partir de http://www.calstatela.edu/faculty/acolvil/plates.html


Ocupando aproximadamente metade do fundo marinho encontramos as planícies abissais. Iniciam-se na fronteira entre a crosta continental e a crosta oceânica e prolongam-se até às profundezas dos oceanos. É a área mais plana da superfície terrestre, situada entre os 2500 e os 6000 metros de profundidade. O seu relevo plano é o resultado da acumulação de lençóis de sedimentos com uma espessura aproximada de 5000 metros. Estes lençóis escondem as rochas basálticas características da crosta oceânicas. O seu relevo plano é, por vezes, interrompido pelas abyssal hills, que acontecem quando os lençóis de sedimentos não possuem espessura suficiente para cobrir as rochas da crosta oceânica. As abyssal hills encontram-se normalmente cobertas por sedimentos. São vulcões já extintos ou pequenas formações rochosas que ascenderam pela crosta sob a forma de magma. As abyssal hills podem ser encontradas paralelamente a dorsal oceânica, e observadas em grupo ou isoladas. As planícies abissais são mais comuns no oceano Atlântico e menos comuns no Pacifico, onde as fossas oceânicas são mais comuns, pois os sedimentos tendem a acumular-se nas fossas.


Conclusão

O aspecto sólido e imóvel da superfície terrestre esconde de facto um movimento perpétuo que molda o seu aspecto actual. A teoria da tectónica de placas diz-nos que a superfície terrestre se encontra em constante movimento, um movimento imperceptível, de centímetros ou até mesmo milímetros por ano. Há cerca de 200 milhões de anos, os continentes encontravam-se juntos, criando um super continente chamado Pangeia. Devido ao movimento das placas terrestres, a Pangeia fracturou-se e os continentes moveram-se para as suas actuais posições. Este movimento provocou colisões entre as placas, estas colisões moldaram, de forma única, a superfície terrestre, dando origem a cadeias montanhosas, vulcões ou até mesmo ilhas.


Através deste trabalho conseguimos delinear os limites dos continentes e dos oceanos. Verificamos que os continentes se estendem até ao domínio oceânico, quer através das plataformas continentais, quer através do talude continental.


Mas não foram só os continentes que sofreram alterações devido ao movimento das placas. Também os oceanos sofreram alterações, não só com as colisões, mas também com o afastamento das placas. Foram assim criadas as dorsais oceânicas, o maior relevo a face da Terra e onde se cria nova crosta oceânica e as fossas oceânicas onde se destrói essa crosta.


Podemos, então, concluir que a actual morfologia terrestre se deve única e inteiramente a tectónica de placas.


Bibliografia



Livros


Ferreira, J.; Ferreira M. (2007) - Planeta com Vida, Geologia (Volume 1). 1ª Edição. Carnaxide: Santillana Constância.


Carvalho, L.S.; Varela, A. (2007) - Guia de Estudo, Biologia e Geologia, Geologia, 10º. ou 11º. (ano 1). Porto: Porto Editora.



Sites


http://www1.ci.uc.pt/cienterra/ect/II.4-Fund.%20cientifica.pdf - Cratões, escudos, plataformas estáveis e cadeias montanhosas.


http://www.answers.com/topic/craton?cat=technology - Cratões.


http://www.answers.com/mountain%20range - Cadeias montanhosas.


http://www.coast-nopp.org/visualization_modules/physical_chemical/basin_coastal_morphology/principal_features/deep_ocean/abyssal_hills/abyssal.html - Planícies abissais.


http://www.coast-nopp.org/visualization_modules/physical_chemical/basin_coastal_morphology/principal_features/continental_margins/continental_shelf/shelf.html - Plataformas continentais.


http://marinebio.org/Oceans/ContinentalShelves.asp - Plataformas continentais.


http://www.coast-nopp.org/visualization_modules/physical_chemical/basin_coastal_morphology/principal_features/continental_margins/continental_slope/slope.html - - Talude continental


http://www.cienciaviva.pt/rede/space/home/anexo1.asp - Riftes


http://www.coast-nopp.org/visualization_modules/physical_chemical/basin_coastal_morphology/principal_features/deep_ocean/trenches_arcs/arcs.html - Fossas oceânicas.

A Terra - acreção e diferenciação


Introdução:

O que é a acreção? O que é a diferenciação? Como surgiram as camadas do nosso planeta? Que importância têm os asteróides e os meteoritos para o estudo da Terra? Planetas, quantos existem no nosso sistema solar? Ceres, Xena e Caronte o que são?


Objectivos:
  • Mostrar como surgiram os protoplanetas devido ao aquecimento e acreção.
  • Mostrar a diferenciação em camadas desses protoplanetas.
  • Quais são os tipos de agrupamento de planetas que existem.
  • Mostrar as variações de densidades desses planetas.
  • Propostas e ideias apresentadas sobre a definição de planeta.

Desenvolvimen
to:

Segundo Thomas Burnet, a Terra foi formada por uma série de camadas, houve várias fases e uma delas foi, o cobrimento do planeta por águas diluvianas. Quando essas águas retrocederam, deram origem à Terra tal como é conhecida hoje. Num futuro distante a Terra vai ser consumida pelo fogo e após as cinzas resultantes, regressará à forma inicial. Por último, quando a Terra não for necessária para o Homem, transformar-se-á numa estrela.


Esta teoria foi escrita no século XVII por Thomas Burnet, e embora não tena sido uma teoria consistente, foi uma das primeiras a descrever o início da formação dos planetas.



Acreção

A acreção foi um dos processos que deu origem à Terra e a outros planetas no nosso sistema solar. Esse processo deve-se ao facto de terem havido colisões de materiais que andavam dispersos pelo espaço, materiais esses provenientes da nébula solar. A colisão de materiais provocou uma acumulação de poeiras e gases, determinando uma capacidade de atrair matéria devido ao aumento da sua massa e da força gravitacional, dando origem ao crescimento de protoplanetas e de pequenos corpos do sistema solar.


Figura 1 - Nébula solar com partículas de gelo e pó envolvidos em gases.














Figura a) Acreção de partículas na escala de cm
Figura b) Colisão na escala de km
Figura c) Acreção gravitacional na escala de 10-100 km
Figura d) Formação de um protoplaneta devido ao aquecimento.



In: Formação da Terra




O crescimento de protoplanetas

Os protoplanetas foram formados a partir da acumulação de matéria, e, durante essa acumulação, houve um aquecimento interno resultante de: Bombardeamentos meteoríticos, contracção gavitacional e desintegração radioactiva; levando, à diferenciação dos planetas em camadas.










Figura 2 - Bombardeamento meteorítico










Figura 3 - Compressão do planeta








Figura 4 - Desintegração de materiais radioactivos


In: Protoplanetas

Os protoplanetas durante o seu crescimento, tinham baixa densidade, resultado da sua composição essencialmente gasosa, à base de hidrogénio e hélio. Estes gases foram retidos pelos protoplanetas mais distantes do Sol (chamados de planetas gigantes), enquanto nas zonas interiores da nébula solar as temperaturas muito elevadas os teriam afastado, dando origem à concentração de elementos mais densos (chamados de planetas telúricos).



Figura 5 (imagem da esquerda) - Formação de um planeta gigante
Figura 6 (imagem da direita) - Formação de um planeta telúrico

In: Planeta gigante
In: Planeta telúrico



Video demonstrativo (áudio em Inglês) sobre a nébula solar e o aparecimento dos protoplanetas.


In:
Nébula Solar inicial




Diferenciação

É o resultado da diferença e variação de densidades após a fusão e aquecimento dos materiais, esse fenómeno deu origem ás várias camadas que o nosso planeta tem, essas camadas estão dispostas da periferia para o interior, de acordo com densidades crescentes. Nas imagens seguintes podemos ver as várias etapas desse processo.

Figura 7 - Migração de elementos densos, como o ferro, para o interior da Terra, após a fusão.
In: Ferreira, Jorge e Ferreira, Manuela - Planeta com vida Geologia 10º ano, vol 1 (2007). Santillana. Constância.

Os planetas telúricos continuam a ser planetas com elevadas temperaturas internas, isso poderá explicar-se pela sua dimensão. Ao contrário dos planetas gigantes, que são formados à base de gases e de materiais menos densos e se encontram distantes do Sol, os planetas telúricos são formados por materiais mais densos tais como: o ferro, e estão a uma proximidade considerável do Sol. Com o passar de milhares de milhões de anos, os planetas gigantes foram perdendo o seu calor interno devido à inexistência de materiais mais densos, ao contrário dos planetas telúricos. A Terra é o único planeta do nosso sistema solar que reúne as condições fundamentais para a vida, tem uma característica única que os restantes planetas telúricos não têm... a água no seu estado líquido. A existência de água líquida no nosso planeta deve-se ao facto de a Terra se encontrar a uma perfeita distância do Sol, se se estivesse muito longe deste, as temperaturas iriam ser muito baixas o que levaria a água a congelar, por outro lado se a Terra estivesse muito perto do Sol, a água à superfície terrestre iria-se evaporar por completo.













Figura 8
- Estrutura da Terra após o arrefecimento a solidificação, dando origem ao núcleo, manto e à crosta terrestre.

In: Formação da Terra


Porque se chamam planetas gigantes ou planetas gasosos?
  • São chamados assim, p orque reflectem a sua dimensão superior e uma constituição essencialmente gas osa.
  • Júpiter, o maior planeta do sistema solar, diâmetro 142893 km.
  • Saturno, diâmetro 120.000 km.Úrano, diâmetro 50.800 km.
  • Neptuno, diâmetro 48.600 km.









Figura 9 - Modelo da estrutura de Júpiter (planeta gigante constituído por camadas gasosas)

In: Júpiter


Porque se chamam planetas telúricos ou planetas terrestres?
  • São chamados assim porque, se assemelham à Terra na sua natureza rochosa.
  • Densidade elevada.
  • Reduzida dimensão.
  • Por estarem próximos do Sol, também têm a designação de planetas inferiores.
  • Mercúrio, diâmetro 4878 km.
  • Vénus, diâmetro12.104km.
  • Terra, diâmetro 12.756 km.
  • Marte, diâmetro 6788 km.









Figura 10 - Modelo actual do interior da Terra por camadas (núcleo, manto e crosta terrestre).


In: Space Science Reviews. The Accretion, Composition and Early Differentiation of Mars, vol 96 (2004). Springer Netherlands. Netherland



Que importância têm os asteróides e os meteoritos para o estudo da Terra?

Como nunca ninguém conseguiu ir até ao centro da Terra, os geólogos tiveram de arranjar uma maneira de estudar a estrutura da Terra, quantas camadas têm, que tipo de materiais existe no seu interior, que diâmetro terá o seu núcleo etc. Os estudos feitos sobre o interior da Terra tiveram como base a semelhança da diferenciação com os asteróides, que estarão na origem dos meteoritos. Por isso, os meteoritos são utilizados no estudo do interior da Terra, pois poderão corresponder a amostras internas de corpos do tipo planetário com uma evolução idêntica à do nosso planeta.

Figura 11 - Em a, meteorito de ferro (ALH-762) com uma parte erodida por fricção e outra parcialmente coberta pela crosta de fusão .Em b, o mesmo meteorito com a superfície cortada e polida, revelando o aspecto metálico devido à presença de ferro-níquel.

In: Meteoritos

O valor cientifico dos meteoritos prende-se também com o aparecimento da vida, pois pensa-se que alguns meteoritos tenham trazido para a Terra substâncias que permitiram a formação das primeiras células.

Figura 12 - Em a, lâmina fina polida de um meteorito do tipo condrinto (LL3) observado ao microscópio óptico. As partes em coloração diferenciadas são diferentes minerais presentes no meteorito, sendo que as formas arredondadas correspondem aos côndrulos. Em b, dois fragmentos de um meteorito tipo condrito H3. Em c, condrito L6 parcialmente coberto pela crosta de fusão.

In: Meteoritos


Planetas solares, quantos existem no nosso sistema solar?

A reposta continua a ser a mesma: nove. Existem planos há vários anos para Plutão ser despromovido e deixar de ser um planeta, por este, ser o mais pequeno de todos. Mas se Plutão deixar de ser um planeta, o que acontecerá aos restantes corpos do tipo planetário descobertos recentemente? Serão estes planetas? Serão asteróides? Vejamos mais abaixo uma breve descrição desses corpos.
  • Xena: É um apelido que os astrónomos derem a 2003UB313, que se encontra a seguir a Plutão e tem 3000 kms de diâmetro. é um objecto gelado bastante parecido com Plutão, e que também se encontra na cintura de Kuiper, a seguir a Neptuno.
  • Ceres: É o maior asteróide entre Marte e Júpiter.
  • Caronte: É considerado um satélite de Plutão.


Propostas apresentadas pela União Astronómica Internacional (IAU) em 2006.

O número de planetas que constituem o nosso sistema solar, é o tema principal de uma das propostas que se encontra sobre a mesa na IAU. Uma da propostas apresentadas, será incluir Ceres, Caronte e Xena na lista de planetas que giram em torno do Sol, passando a ser doze no seu total. Na proposta apresentada, existe duas opções em relação a Plutão por este ser o planeta mais pequeno do sistema solar, com cerca de 2360 Kms de diâmetro, e estas são:
  • Opção A - Despromover Plutão.
  • Opção B - Considerar outros objectos como planetas.
Na opção A, a despromoção de Plutão deve-se ao facto de terem descobertos outros objectos de maiores dimensões. Plutão tem apenas 2360 kms de diâmetro (a Terra tem 12756 kms).

Na opção B, a ("IAU propõe uma definição de planeta e uma nova categoria a que se chama plutões, ou planetas do tipo plutónico, onde se inserem Caronte. Desta forma não só Plutão continua a ser planeta como dá o nome a uma nova categoria de planetas. Há ainda o caso de Ceres, sendo a principal surpresa da proposta, que terá tomado em conta a sua forma esférica - uma condição essencial na nova definição de planeta").

In: Ferreira, Jorge e Ferreira, Manuela - Planeta com vida Geologia vol 1 (2007). Santillana. Constância



Plutão perde categoria de planeta do Sistema Solar

Actualmente em 2007 Plutão deixou de ser um planeta e passa a ser um "planeta-anão" ("...Contas feitas e, segundo o veredicto final da UIA, o nosso sistema solar tem apenas oito planetas - Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno - e é constituído por uma nova classe de objectos apelidados de "planetas-anões". Os primeiros membros são Ceres, Plutão e 2003 UB313. Os restantes serão anunciados nos próximos meses ou anos. Plutão é considerado como um importante protótipo da nova classe de corpos denominados "Transneptunianos"").

In: Publicação



Conclusão

  • A Terra foi formada a partir da acreção de materiais provenientes da nébula solar há milhões de anos e continuou a crescer durante mais alguns milhões de anos.
  • Só os planetas mais próximos do Sol, é que tiveram uma acumulação de materiais mais densos para o seu interior, chamados de planetas telúricos. Os planetas mais distantes do Sol, são formados essencialmente por gases, chamados de planetas gigantes.
  • Os planetas telúricos são formados por várias camadas dispostas da periferia para o interior, de acordo com densidades crescentes, daí se dar o nome de "diferenciação por camadas".
  • A Terra é o único planeta que reúne as condições ideais para a vida, encontra-se a uma distância perfeita do Sol possibilitando a existência de água líquida no nosso planeta.
  • Os asteróides têm uma enorme importância para o estudo da Terra devido à sua estrutura interna por camadas ser idêntico ás do nosso planeta. Os meteoritos por sua vez também representam uma enorme importância para o estudo da Terra, porque os geólogos pensam que estes tenham trazido algumas substâncias que, possibilitaram a formação das primeiras células.
  • A descoberta de novos corpos do tipo planetário levaram os astrónomos a dar uma nova definição de planeta, isto porque; durante anos, se meteu a dúvida de Plutão enquanto planeta, devido ao seu reduzido tamanho comparado com outros planetas do nosso sistema solar.
  • No final de 2006 perante várias propostas, Plutão deixou de pertencer à categoria de planeta para ser integrado numa categoria chamada: "planeta-anão", Plutão é ainda um protótipo de uma nova classe de corpos denominada "Transneptunianos".

Bibliografia


Internet

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http://library.thinkquest.org/26872/por/zonnestelsel/feiten.htm
http://portal.cbpf.br/protected/Pages/divulgacao/pdfs/Meteoritica.pdf
http://www.mundopt.com/n-plutao-perde-categoria-de-planeta-do-sistema-solar-9565.html


Livros

Ferreira, Jorge e Ferreira, Manuela - Planeta com vida Geologia 10º ano, vol 1 (2007). Santillana. Constância

Space Science Reviews. The Accretion, Composition and Early Differentiation of Mars, vol 96 (2004). Springer Netherlands. Netherland